sábado, janeiro 18, 2014

CANÇÃO AMARGA

Cavalo alado, perdido
em labirintos de estrelas:
longos caminhos de espanto,
desnudos aos quatro ventos,
fome de pura volúpia,
sede de bruma e silêncio.
Entre meus dedos trançados,
floriu o hibisco vermelho;
por ele troquei a flor
amarga do limoeiro,
olor de terra molhada,
aromas castos de feno;
deixei a saia rodada
pela túnica de efebo,
cravei agudo pinhal
na raiz do meu desejo __
por um amor desumano,
Sem razão, sem fim, nem sexo.

   Maria Manuela Couto Viana

2 Comments:

Blogger Sonhadora (Rosa Maria) said...

Meu amigo

Um poema que adorei ler, não conhecia a poeta, mas escreve com muita profundidade.
Agradeço a visita e deixo um beijinho.

Sonhadora

12:34 da manhã  
Blogger gota de vidro said...


Simplesmente fantástico.

Permite uma leitura de prazer.

Gostei a valer.

Beijinho da Gota e bom fim de semana

7:45 da tarde  

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