SONETO A ORFEU II
ASSIM como ao mestre a folha às vezes
à pressa mais à mão arranca o traço
verdadeiro: assim muitas vezes espelhos tomam
em si o sorriso santo e único das virgens,
quando elas, a sós, poem a manhã à prova,
ou no esplendor das luzes serviçais.
E no respirar das faces autênticas
mais tarde, cai um reflexo apenas.
O que não viram olhos no longo amortecer
fuliginoso do fogo das chaminés !:
olhares da vida, perdidos para sempre.
Ai! da Terra quem conhece as perdas?
Só quem em tom contudo de louvor
cantasse o coração, nascido para o Todo.
(Série II, nº II,)
RAINER MARIA RILKE
à pressa mais à mão arranca o traço
verdadeiro: assim muitas vezes espelhos tomam
em si o sorriso santo e único das virgens,
quando elas, a sós, poem a manhã à prova,
ou no esplendor das luzes serviçais.
E no respirar das faces autênticas
mais tarde, cai um reflexo apenas.
O que não viram olhos no longo amortecer
fuliginoso do fogo das chaminés !:
olhares da vida, perdidos para sempre.
Ai! da Terra quem conhece as perdas?
Só quem em tom contudo de louvor
cantasse o coração, nascido para o Todo.
(Série II, nº II,)
RAINER MARIA RILKE
2 Comments:
Olá, boa tarde.
Cheguei até este blog p'lo da amiga "Gata Coquette".
Estive a ler alguns textos. Penso que mais que uma pessoa escreve neste cantinho.
Desejo bom Ano e boas escritas.
(Alice)
Bonsoir Manuel
Et bonne année 2014 .
Amicalement Mamé
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