domingo, novembro 30, 2008

NEGRUME

De tanto olhar o sol, queimei os olhos.
De tanto amar a vida enlouqueci.
Agora sou no mundo esta negrura,
À procura
Da luz e do juízo que perdi.

Cego, tacteio em vão a claridade;
Louco, cuspo no rosto da razão;
E deambulo assim
Dentro de mim,
Negação a negar a negação.


Miguel Torga

13 Comments:

Blogger Unknown said...

Miguel Torga é sempre uma boa escolha e este poema é muito bonito!

Beijinhos Manuel

2:25 da manhã  
Blogger Marysol Salval said...

Hermoso poema, aunque triste y dramático, querido Manuel, gracias por compartirlo.
que tengas una hermosa semana.

3:03 da manhã  
Blogger São said...

Grande, enorme Torga...que só não foi proposto para o Nobel porque a inveja é a universal doença ibérica, terrível e persistente!!
Salut!

4:26 da tarde  
Blogger Ana Maria said...

Lindo poema de Miguel Torga.
Você tem bom gosto.
Adorei vir aqui.
1000 beijinhos!

12:13 da manhã  
Blogger Graça Pires said...

Um poema de Torga que sei de cor. Um poeta que se mede, como ele mesmo dizia, com "um metro de medir coisas inteiras"...
Obrigada pela partilha. Um abraço.

7:54 da tarde  
Blogger Jacinta Dantas said...

Não conhecia o poeta,
Mas suas palavras aqui, valorizam ainda mais o seu espaço.
Um abraço

12:23 da manhã  
Blogger Chellot said...

Um negrume explêndido!

Beijos de giros.

5:19 da tarde  
Blogger São said...

Bom fim de semana.

9:40 da manhã  
Blogger Andreia said...

Lá está, tudo o que é demais é mau!

10:10 da manhã  
Blogger Kátia A. C. said...

Gracias pela visita. Volte quando quiser.
Que boa surpresa encontro aqui: lindos poemas.
Vou "passear" pelo seu blog.
Boa tarde!

3:27 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Gracias por este dulce y nostálgico poema. Un gusto estar aquí.


Saludos...

7:56 da manhã  
Blogger mariam [Maria Martins] said...

Gosto tanto da escrita de Miguel Torga! Obrigada.
:)

9:22 da tarde  
Blogger Janaina Amado said...

Caro Manuel,
Vim retribuir sua visita gentil. Gostei do seu blog, dos belos poemas que publica, principalmente este de Miguel Torga, um dos meus escritores prediletos.
PS - Conheço tua Santarém, onde repousa (em paz?) nosso Cabral...

12:04 da manhã  

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