sábado, abril 22, 2006

CEREBRO E CORAÇÃO

CEREBRO E CORAÇÃO

Dizia o coração: «Eternamente,
Eternamente há-de reinar agora
Esta dos sonhos teus nova senhora,
Senhora de tu'alma impenitente».

E o cérebro zombando: «Brevemente,
Como as outras se foram, mar em fóra,
Ela se há-de sumir, se há-de ir embora,
Esquecida também, também ausente».

De novo o coração: «Desce! vem vê-la!
Dize, já viste tão divina estrêla
No firmamento de tu'alma escura?»

E o cérebro por fim: _«Tôdas o eram...
Tôdas... e um dia sem amor morreram,
Como morre, afinal, tôda a ventura!»

Medeiros e Albuquerque (brasileiro)

(texto transcrito, tal qual a grafia original)

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E o cérebro por fim: _«Tôdas o eram...
Tôdas... e um dia sem amor morreram,
Como morre, afinal, tôda a ventura!»

Adorei o poema. Boa escolha Manuel. Há muita verdade nesse final.
Comentei na postagem anterior tb. Beijo meu.

10:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O cerebro e o coração nunca estão de acordo.

11:23 da manhã  

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