sábado, abril 28, 2012

EM DEMANDA DA VENTURA

Com diamantes nos dedos, recostado
Num automóvel de faustoso brilho,
Subitamente vejo, do meu trilho,
Pobre casal num ermo desolado.

No portal, p'las videiras sombreado,
Descalça mãe dá de mamar ao filho,
E o pai na fresca leira rega o milho,
De barba hirsuta, semi-nu, curvado.

À cata de ventura, cada artéria
Pulsa em mim; e em negríssima miséria
Aquela gente aguarda em paz a morte!

Mas, nisto, ao cavador que rega o chão
Vontade tenho de bradar: __«Irmão,
Queres trocar comigo a tua sorte?»

Eugénio de Castro

4 Comments:

Blogger AnaM.M.N said...

Cambiar la suerte...que excelente propuesta final.

Abrazos

10:30 da tarde  
Blogger fgiucich said...

Una demanda que sale del fondo del alma. Abrazos.

1:49 da tarde  
Blogger Sonhadora (Rosa Maria) said...

Manuel

Uma realidade que está a voltar com todas as suas tristezas.
Um beijinho
Sonhadora

7:22 da tarde  
Blogger La Gata Coqueta said...



Deseo pases un muy buen fin de semana
Y hago lo posible para que vuelen hacia ti
Estos mis sentimientos…
En los ojos una sonrisa por simpatía
En los labios un beso por valentía
Y en el corazón un abrazo mimoso por garantía

María del Carmen


5:38 da tarde  

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