quarta-feira, maio 17, 2006

HUMÍLIMA

Humilima

Os meus versos singelos que juntei
para dar-vos um ramo pobrezinho,
são flores campesinas que encontrei
humildes, debruçadas no caminho.

Na serra agreste, rude, me criei,
minha alma perfumei-a a rosmaninho;
enchem-me de oiro as giestas que apanhei,
tenho música e irmãos em cada ninho.

Vivo com o desprezo de quem lida
a esforçar-se, tornando amarga a vida,
pensando só naquilo que não tem...

Humílima, de mato rodeada,
vou vivendo e cantando descuidada
sem pretensões de vir a ser alguém...


Isaura Matias de Andrade

4 Comments:

Blogger Wisper said...

poema de uma humilde beleza tocante, está fantástico!

beijinhos

4:20 da tarde  
Blogger Sara MM said...

ai tanta flor... tanto cheiro...

8:32 da tarde  
Blogger filomena said...

A simplicidade da vida.
Lindo.

Beijinhos

8:39 da tarde  
Blogger Saramar said...

Lindo, lindo. As palavras do poema têm a beleza das coisas tranquilas.
Obrigada por essa maravilha.
Beijos

8:37 da manhã  

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